18 de junho de 2011

  Esses dias as coisas não estão nada bem, mas procurando um caderno, acabei achando outro. O caderno de poesias que meu avô me deixou, como fui criada por ele, pra mim ele sempre foi e será meu pai. Quando era bem pequena, vim com minha mãe do nordeste para São Paulo, meu avô, como vocês verão, sentiu muita minha falta.
  Ele e minha avó tiveram onze filhos e criaram sete, talvez pela quantidade de filhos, os dois nunca tiveram muito tempo de curtir as crianças, sempre trabalhando pra dar de conta de todos. Quando cheguei à casa do meu avô com dois meses de vida, só restavam os dois filhos mais novos, que já se preparavam pra sair de casa. Acabei virando a filha mais nova. Era tanta atenção que minha mãe ficava louca.
  Quando vim para São Paulo com dois anos a saudade bateu forte no meu avô e ele começou a escrever essas poesias. Meu avô teve que amadurecer muito cedo e só estudou até a quarta serie, mas não se engane, ainda não conheci ninguém mais sábio que ele.
  No meio de tanta confusão na minha vida, esse caderno me deixou um pouco mais calma, mas com muita saudade. Sei que hoje ele esta de alguma forma ao meu lado, mas nada se compara a presença física que eu tanto sinto falta e não posso ter. Pra matar um pouco a saudade vou deixar alguns desses poemas nos próximos dias. Espero que quem ler, goste.
Tita

Nenhum comentário:

Postar um comentário